Ser abordado por policiais, seja em uma blitz, em casa, na rua ou no trânsito, é algo que pode acontecer com qualquer cidadão. Mesmo quem não tem antecedentes ou envolvimento com crimes pode acabar passando por uma abordagem policial — e o que muitos não sabem é que a forma como você reage pode mudar completamente os desdobramentos da situação.
Em momentos como esse, mais do que nunca, informação é proteção.
Você não é obrigado a responder tudo
Ao contrário do que muitos pensam, você não é obrigado a fornecer todas as informações solicitadas pela polícia — especialmente se isso puder te incriminar ou te envolver em uma investigação sem necessidade.
A Constituição garante a todos o direito ao silêncio. Isso significa que, se você se sentir pressionado, inseguro ou em dúvida sobre o que dizer, o melhor caminho é informar que só falará na presença de um advogado.
E isso não é desrespeito — é um direito.
Documentos sim, confissões não
É importante manter a calma e entregar seus documentos, como RG e CNH, quando solicitados. Mas vá além disso com muito cuidado. “Conversas informais” durante abordagens são, na verdade, frequentemente utilizadas para obtenção de declarações que depois constam em boletins de ocorrência ou podem embasar futuras investigações.
Portanto, mesmo que o policial insista em “só esclarecer algo rápido”, espere um advogado antes de dar qualquer declaração.
O que o advogado faz nesse momento?
Um advogado criminalista pode:
- Verificar se houve abuso ou ilegalidade na abordagem;
- Garantir que nenhuma declaração seja usada de forma distorcida contra você;
- Avaliar riscos de uma eventual condução coercitiva;
- Atuar imediatamente se houver condução à delegacia ou prisão irregular.
E mais importante: ele acelera a resolução do problema e evita que um mal-entendido se transforme em um processo criminal.
Errar aqui pode custar caro
Muitos casos de réus primários, sem qualquer histórico criminal, começam com uma simples abordagem mal conduzida. Em poucos minutos, uma pessoa pode se ver envolvida em uma investigação, sem entender exatamente como ou por quê.
Evitar isso passa por uma atitude simples: buscar orientação jurídica o quanto antes.
Abordagem policial não é brincadeira. Antes de falar, saiba até onde vai o seu direito. E nunca hesite em pedir por um advogado.